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Meu pai ficou grisalho bem cedo, antes dos 30 já tinha
muitos cabelos brancos. Com minha mãe foi o oposto, aos 60 mal se via um fio ou
outro... a sortuda aqui “puxou” quem? Quem? Quem? Meu pai, é claro... e desde
os trinta vivo este dilema... ameaçando deixar os cabelos brancos e um exército
de horrorizados me dizendo que vai ficar esquisito, que é medonho, que
envelhece, etc... etc... decidi esperar até os 45 e avancei fazendo a contagem regressiva...
uma tortura porque meu cabelo cresce muito rápido e em menos de uma semana,
graças à minha morenice, lá estou eu com uma auréola, ou um halo, ou sei lá o que
me informando e informando ao mundo que preciso ir ao cabeleireiro retocar a raiz.
Dá pra imaginar alguém ser obrigado a passar todas as manhã de sábado da sua vida – são 52
no ano? – sentada com tinta na cabeça?
Antes que alguém comente, já tentei fazer isto em casa,
mas não faz parte das minhas habilidades: manchei a bancada da pia, as paredes,
o box, as toalhas, as orelhas, a testa e o cabelo inteiro... ficou pior do que
o halo de sei lá o que...daqui a pouco acho uma boa expressão para isto... Além
do mais, toda tinta que passo no meu cabelo fica vermelha então preciso mesmo da
minha maga “Jô” para resolver a questão com alguma propriedade.
Porque não pinto de loiro? Por que vou virar a
personificação do Belzebu.
Porque não uso Hena? Porque já usei e foi um desastre: pra
bancada, pras paredes, pro box, pras toalhas, pras orelhas, pra testa, pro
cabelo...
Voltando a origem do assunto, me programei para deixar os
cabelos brancos depois dos 45, mas... tive a minha filhota aos 41... o que tem isto
a haver? Que os olhinhos dela se enchem
de água cada vez que toco no assunto: “mas nem as vovós tem cabelo banco...”. O
que me resta? Pintar o cabelo sonhando com as divas grisalhas que tanto
admiro e homenagear uma das fotos mais lindas de todos os tempos:
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