Estava eu sentadinha no sofá da minha padoca delícia, tomando café com leite, comendo pão na chapa e lendo as notícias enquanto aguardava a hora do rodízio quando recebi o telefonema (chamada, celfonema? – telefonema é coisa de quem nasceu bem antes dos anos 80, né???)da Mari, empolgadíssima, com uma idéia ótima para postar no blog. - numa terça de madrugada, pós-feriado... só a Mari mesmo...
A idéia? Um texto que ela leu no FB de um amigo sobre uma senhora acima do Peso que ganhou um abraço da vendedora do brechó, comovida com o fato de que não havia nada que servisse nela. Maravilhada ela manda: já comecei a escrever o texto e já falei que você é magra de ruim mas eu também preciso de um abraço porque engordei muito depois dos remédios, etc...
Caramba... magro não precisa de abraço não? Quem plantou a idéia de que magro não fica triste, não fica preocupado e nem carente? Quem plantou a idéia de que magro não fica negativo no banco? Uma avalanche de idéias me tirou da hibernação... A Thaís Araujo que é magra, negra e linda não acaba de ser atacada por isto mesmo? Acho que ela também quer e merece um abraço. As pessoas que são atacadas devido à sua crença ou cor também precisam de abraço. A menina que foi apedrejada quando saia do centro de umbanda precisa de muitos abraços e um pedido formal de desculpas dos adultos:
“- Querida, você acaba de tomar contato com o lado sombrio da humanidade, o lado mau, invejoso e intolerante. Me desculpe,já avançamos muito na tecnologia e na ciência mas ainda não conseguimos superar o desamor...”
Semana passada expliquei a música da bailarina, de “O Grande Circo Místico” para minha sobrinha, que é de outra geração e não conhece a história. Conversamos sobre a magia que reveste os personagens e acaba “roubando” deles a humanidade.
Criamos uma categoria de semi-deuses baseados na impressão projetada e esta idéia é muito bem trabalhada pela mídia, jogando muitos dos quem não se encaixam na vala comum dos que gastam fortunas para se enquadrar…
O bacana do abraço é que ele pode vir de muitas formas, como este outro achado Mari…
