segunda-feira, 2 de maio de 2016

MEUS ALFINETES


























Alguém já foi convidado a passar 1 hora inteirinha, levando choques e agulhadas? E ainda por cima, por uma boa causa? A médica sorridente, tentando ser simpática para aliviar seu desconforto? Melhor seria uma médica bem antipática que a gente pode amaldiçoar sem remorso... mas não, a vida insiste em te irritar e te manda uma médica gentil e cuidadosa que avisa: 
- o próximo é um pouco mais doloroso...
E você fica lá se desesperando, enquanto ela arruma as agulhinhas...
Na falta de algo melhor pra fazer e impossibilitada de fugir, fiquei pensando nas agulhadas que recebi da vida... os momentos em que me senti uma almofadinha de alfinetes... aqueles com cabecinhas coloridas que a mãe enfiava no braço, no dia de fazer barra de calça.
A adolescência foi um momento desses... sem mais nem menos sua melhor amiga fazia um comentário extremamente maldoso, com inveja do seu vestido novo, ou porque o menino que ela achava lindo te disse "oi", pronto, bastava para uma agulhada no seu coração ou na sua autoestima... Uma dorzinha que doía dias... 
Escritórios também costumam nos presentear com este tipo de incômodo ou de gente incômoda, melhor dizendo, normalmente incompetentes que ao invés de produzir se dedicam a derrubar a produção de quem tem competência... muito comum e muito chato, mas daí estamos mais velhas e lidamos melhor...
Agora, cair numa piscina de alfinetes como esta em que caímos agora, realmente, só fazendo curso de faquir... não há quem aguente tanto tititi todo dia, tanta fofoca, tanta cusparada, cocô e xixi? Sucumbi... cansei... fui... Nosso país está parecendo um pátio de recreio cheio de crianças irresponsáveis e mal-educadas...só ameaçando com injeção no bumbum!