O romance "Alice in Wonderland", de Lewis Carrol foi publicado na Inglaterra em 1865, em plena Era Vitoriana, tão próspera em termos econômicos quanto moralismos e disciplina, com preconceitos rígidos e proibições severas. As mulheres deviam ser submissas e dedicar-se exclusivamente ao lar e à educação dos filhos, os sinais de insatisfação eram tratados com medicamentos e psicanálise, daí a importância da rebeldia de Alice.
Encontramos este texto bacana da professora Dimitra Fimi da Cardiff Metropolitan University na revista Galileu... pontua muito bem toda a discussão ao redor do texto e da figura de Lewis Carrol. Segue o link:
http://revistagalileu.globo.com/Cultura/Livros/noticia/2015/07/alice-no-pais-das-maravilhas-vai-completar-150-anos-e-ainda-nao-entendemos-todos-seus-misterios.html
"Alice vai fazer 150 anos este ano - e ainda amamos ler sobre (ou assistir) as curiosas aventuras da garotinha no País das Maravilhas. Alguma coisa nesse livro o tornou um clássico atemporal, uma história fascinante que alcançou um público muito maior do que as crianças do século 19.
Parte do motivo é que "Alice no País das Maravilhas" foi um ponto de virada na literatura infantil. Livros mais antigos e outras histórias para crianças tinham um foco na educação moral. A maioria dos livros estava lá para te ensinar como ser um bom garotinho ou uma boa garotinha, em vez de entreter e provocar a imaginação. Mas Lewis Carroll mudou tudo isso.
Em vez de instruir a criança, Carroll centrou a sua narrativa em uma garotinha que dava broncas em adultos, em um mundo no qual tudo é confuso. Alice dá conselhos de boas maneiras e reprime os habitantes do País das Maravilhas por serem indelicados e loucos. Ela entende que adultos não são confiáveis, são ilógicos e, de certa forma, insanos. É uma reversão completa da maneira com que adultos e crianças eram retratados na literatura."
"O motivo pelo sucesso de Alice em várias partes do mundo é mais complexo, mas pode estar relacionado a percepções sobre a essência britânica do livro. O País das Maravilhas tem uma rainha, festas e chás, jogos de croquê e empregados domésticos. A visão nostálgica de uma sociedade vitoriana idealizada faz parte dessa atração. São os mesmos ingredientes que tornaram Downton Abbey e Harry Potter tão famosos."
Para quem gosta de DVDs, as duas versões de Alice no País das Maravilhasestão à venda:
- a de 1951, o clássico da Disney (R$21,90 na Livraria Cultura, R$19,90 na Livraria Saraiva) - uma visão adoçada, claro, mas adorável e as crianças adoram...
- a de 2010do Tim Burton,também produção Disney, para crianças um pouco mais velhas (R$19,90 na Americanas).
Para quem prefere Netflix, estão ambas disponíveis. No YouTube encontramos o clip de Avril Lavigne, o furacão loiro canadense, com a música Alice que compôs para o filme de Tim Burton, lindíssimo: