É a lama que corre
É a gente que morre
É a gente que morre
É o verde que some
É o medo que espalha
É o som do horror
É o escuro que invade
É o choro é a dor
É o grito do mundo perdido e aflito
pedindo socorro
Carente de amor!
É a intolerância
É a maldade da vez
É a ignorância
É a tristeza infinita
É a Guerra do dia
É o planeta doente
É a urgência eminente
Do cuidado e de paz
É o medo que espalha
É o som do horror
É o escuro que invade
É o choro é a dor
É o grito do mundo perdido e aflito
pedindo socorro
Carente de amor!
É a intolerância
É a maldade da vez
É a ignorância
É a tristeza infinita
É a Guerra do dia
É o planeta doente
É a urgência eminente
Do cuidado e de paz
Tita Belliboni
Fiquei olhando para minha filha com os olhinhos cheios d´água pela segunda vez, agora pelos atentados de Paris e pensei: como explicar o que não tem explicação? Por onde começo?
Tentei explicar o que aconteceu em Mariana - Minas Gerais, essa gigantesca tragédia... mas como explicar que barragens se rompem porque normas básicas de segurança e projeto não foram observados e leva com a lama a vida e o sonho de populações inteiras, leva animais, sítios históricos, sofrimento imenso que vira estatística...
Como explicar que em algum momento inventamos que Deus era brasileiro e desde então agimos irresponsavelmente, esperando que ele nos proteja de nós mesmos? E na hora que dá errado, procuramos uma explicação mística que nos livre do peso da culpa? Carma? Provação? Vontade Divina? Falta de procissão? Sodoma e Gomorra?
Como explicar que Deus é bacana se matam e ferem em nome de Deus? Será que todos vão se lembrar que existe uma diferença enorme entre ser muçulmano e ser jihadista ou vamos abraçar este deus do ódio, que vem para destruir, disseminar a discórdia e o sofrimento?